Monotrilho do Aeroporto de Guarulhos: Atrasado para “Agosto de Deus” de 2025
Apesar de trens entregues e estações prontas, o projeto prometido inicialmente para 2024 ainda não está operacional, forçando passageiros a dependerem de ônibus.

Março de 2025. Era esperado que o monotrilho, projetado para conectar a estação da CPTM com os terminais do Aeroporto Internacional de Guarulhos, já estivesse em funcionamento. Os trens foram entregues em março de 2024 e as estações estão completamente construídas. A tecnologia foi devidamente testada, mas, apesar disso, o sistema permanece inativo. Agora, a previsão para a inauguração foi postergada para agosto de 2025, um adiamento que frustra expectativas e sugere um “agosto de Deus” para muitos.
O projeto Aeromóvel
O Aeromóvel usa um sistema de transporte leve sobre trilhos, operado por ar comprimido. O trajeto de 2,7 km inclui quatro estações, com capacidade de transportar até 2 mil passageiros por hora em cada direção. Fabricados pelo consórcio AeroGRU, os trens podem atingir até 57 km/h. Contudo, por enquanto, o único movimento é o dos testes técnicos.
Desde janeiro de 2025, o monotrilho está na fase de “operação assistida”, o que significa que está sendo testado sem passageiros e, em algumas ocasiões, com acesso restrito. A expectativa é que a operação comercial comece em agosto de 2025, a menos que haja novos adiamentos.
Linha 13-Jade: uma conexão incompleta
A Linha 13-Jade da CPTM, conhecida como “Aeroporto-Guarulhos”, na prática, para 3 km antes dos terminais, uma decisão que gerou críticas por não alcançar diretamente os terminais, devido a preocupações com o espaço aéreo, custos de desapropriação e riscos operacionais. O monotrilho foi pensado como uma solução para esse gap, oferecendo uma conexão rápida e integrada.
Interrupções e desafios burocráticos
As obras foram interrompidas em 2021 pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou a falta de estudos técnicos essenciais. Só em 2022, com ajustes no projeto, os trabalhos foram retomados, mas a um ritmo menos acelerado do que o esperado. A GRU Airport, responsável pela construção e operação, não conseguiu impulsionar o progresso como previsto, enquanto a Anac monitora de perto, considerando aplicar multas por atrasos.
A ponte temporária de ônibus
Enquanto o monotrilho não é concluído, quem desembarca na estação Aeroporto-Guarulhos da CPTM ainda precisa de um ônibus gratuito para chegar aos terminais. Esse serviço é uma solução temporária, mas está longe de ser ideal, com sinalização precária e tempos de espera incertos.
Conclusão: avanços e promessas
O monotrilho está fisicamente pronto e a tecnologia operacional, mas a confiança pública precisa ser reconstruída. A nova previsão oficial espera que tudo funcione até agosto de 2025. Até lá, o sistema é apenas mais um exemplo da dificuldade do Brasil em transformar projetos de mobilidade em realidade operacional.
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Conclusão Final
Parabéns, Brasil. A estação que deveria levar ao aeroporto ainda requer um ônibus, o monotrilho inovador não se move, e uma simples distância de 2,7 km virou uma saga de seis anos. O sistema está pronto, mas imobilizado. A fase de testes está ativa, mas a operação completa sempre adiada para “o próximo mês”. E a nova previsão? Agosto, porque claro, no calendário brasileiro, agosto sempre parece ser o mês do “vai que dá”.