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Sancetur em São Paulo: Solução ou novo problema? Veja como ela é vista no interior do estado

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Desde 15 de março de 2025, a Sancetur (Santa Cecília Turismo) passou a operar 132 linhas de ônibus na zona sul de São Paulo, anteriormente sob responsabilidade da Transwolff, após o descredenciamento desta última por decisão da Prefeitura. A medida emergencial visa manter o transporte público em funcionamento para cerca de 590 mil passageiros diários.

Com a transição, surge o debate: quem é a nova operadora? E o que sua atuação em outras cidades do interior paulista pode dizer sobre sua capacidade de enfrentar os desafios da capital?

O desafio da Sancetur ao atuar em São Paulo

A cidade de São Paulo é considerada a mais complexa e exigente operação de transporte coletivo do Brasil e da América Latina. Além do tamanho da frota e da quantidade de passageiros, a capital exige precisão, regularidade e capacidade de diálogo com trabalhadores e usuários. A entrada da Sancetur acontece sob vigilância intensa da SPTrans e com atenção do Ministério Público e do Tribunal de Contas.

Quem é a Sancetur?

Criada em 1992 e controlada pelo Grupo SOU, a Sancetur opera em mais de 20 cidades paulistas, geralmente assumindo sistemas em momentos de crise. No entanto, sua atuação em municípios do interior tem gerado percepções mistas por parte da população — e muitas delas negativas.

Expectativas e percepções dos usuários

Nas redes sociais e comentários de portais de mobilidade urbana, usuários relatam experiências problemáticas com a empresa. Em Atibaia, por exemplo, Luciano Soares afirma:

“Essa empresa Sancetur é de longe uma das piores do estado. Aqui… presta um serviço com veículos sucateados, atrasos constantes e até salários atrasados dos funcionários. Se aqui que é uma cidade pequena ela não consegue fazer um bom trabalho, imagina em SP que é bem maior.”

Já Mário Vaz, usuário da linha 6028-10 Riviera/Terminal Santo Amaro, descreve as dificuldades que enfrentava com a Transwolff, mas expressa preocupação com a continuidade dos problemas:

“Ônibus que quebram constantemente, portas que não funcionam, ar-condicionado que não liga… A Transwolff vai tarde, mas é preciso saber se a Sancetur vai melhorar ou repetir os mesmos erros.”

Além disso, há incerteza entre trabalhadores sobre seus direitos. Jackson Sousa Leite questiona:

“Quero saber quem vai assumir a responsabilidade e pagar as rescisões. Tem gente com mais de 10 anos de casa. Vai levar chapéu?”

Desafios atuais da Sancetur em São Paulo

A empresa enfrenta, neste momento, quatro grandes frentes de atenção:

  1. Garantir a regularidade do serviço, com ônibus pontuais e manutenção preventiva.
  2. Integrar trabalhadores da Transwolff, respeitando direitos e evitando paralisações.
  3. Adaptar sua operação ao padrão de exigência da capital.
  4. Responder à fiscalização da SPTrans, que monitora indicadores como frequência, lotação e atendimento.

Histórico de reclamações no interior

Entre agosto de 2024 e janeiro de 2025, a Sancetur acumulou cerca de 220 reclamações formais em Ubatuba, além de registros de críticas públicas em cidades como Caraguatatuba e Presidente Prudente, principalmente em fases iniciais de transição. As principais queixas incluem atrasos, comunicação deficiente com os passageiros, e estado de conservação dos veículos.

Por outro lado, em algumas cidades onde a empresa já atua há mais tempo, como Indaiatuba, a operação estabilizou após os primeiros meses de ajustes. Ainda assim, a experiência mostra que as fases iniciais tendem a ser as mais críticas.

Monitoramento e expectativa

A SPTrans anunciou que a operação da Sancetur em São Paulo será monitorada continuamente e que um grupo de trabalho interinstitucional acompanha a transição para minimizar impactos aos usuários e funcionários. A empresa afirma que vem investindo na adequação da frota, treinamento de motoristas e integração logística com a malha paulistana.


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Conclusão

A chegada da Sancetur em São Paulo representa uma aposta da Prefeitura na continuidade do serviço público diante da retirada de uma operadora sob investigação. Mas a confiança da população ainda precisa ser conquistada. Com um histórico questionado em parte do interior paulista e uma cobrança intensa em São Paulo, a empresa tem pela frente um dos maiores testes de sua trajetória — e será julgada, acima de tudo, pelos resultados que entregar nas ruas.

Você já utilizou os ônibus da Sancetur? Teve alguma experiência recente com a nova operação? Deixe seu relato nos comentários ou acompanhe mais análises no nosso canal de mobilidade urbana.

Aílton Donato

Profissional de marketing digital, apaixonado por mobilidade urbana, especialmente trilhos e ônibus. Usuário do transporte público sempre que é a melhor opção, evitando o estresse do trânsito. Também atua como Técnico em Edificações, unindo experiência em infraestrutura e deslocamento urbano.

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