Deputado Carlos Giannazi solicita retirada do nome Ultrafarma da Estação Saúde do Metrô de São Paulo

O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) pediu ao governo de São Paulo a retirada do nome da Ultrafarma da Estação Saúde, na Linha 1-Azul do Metrô. A solicitação aconteceu após a prisão de Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, durante a Operação Ícaro. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) investiga um esquema de corrupção com auditores fiscais da Secretaria da Fazenda.
Acusações de corrupção e benefícios fiscais ilegais
Sidney Oliveira foi preso. Ele é acusado de participar de um esquema no qual empresas, como a Ultrafarma, pagavam propinas a auditores fiscais para obter benefícios fiscais ilegais, como a quitação de créditos de ICMS. O escândalo envolve o auditor Artur Gomes da Silva Neto, que recebeu mais de R$ 1 bilhão em propinas para manipular processos tributários e favorecer empresas como a Ultrafarma e a Fast Shop.
Contrato de naming rights e críticas de Giannazi
O contrato de “naming rights” entre a Ultrafarma e o Metrô de São Paulo foi firmado em março de 2022. A empresa pagaria R$ 71,9 mil mensais ao Metrô, durante um período de 10 anos, pelo direito de nomear a Estação Saúde. A escolha pela Ultrafarma teve relação com sua presença significativa na região.
Giannazi, em sua justificativa, afirmou que é “inadmissível” que uma empresa envolvida em um esquema de corrupção ainda utilize um serviço público, como o Metrô, para promover sua marca. O deputado considera que esse tipo de parceria público-privada é um desrespeito ao erário e à população paulista.
“É inaceitável que uma empresa com um histórico de danos ao erário público continue se beneficiando de uma parceria pública-privada para promover seu nome”, declarou Giannazi. O deputado solicitou, portanto, ao governador Tarcísio de Freitas e ao diretor-presidente do Metrô, Julio Castiglioni, a rescisão imediata do contrato e a devolução do nome original da estação.
Parcerias público-privadas no Metrô de São Paulo
Desde 2021, o Metrô de São Paulo tem implementado o conceito de “naming rights” como forma de modernizar a comunicação visual das estações e gerar receitas adicionais. Além da Ultrafarma, empresas como Assaí Atacadista e Besni também adquiriram o direito de nomear outras estações da rede metroviária.
A expectativa pela resposta do governo
O pedido de Carlos Giannazi ainda aguarda uma resposta do governo estadual. Contudo, o caso já gerou discussões sobre a ética das parcerias público-privadas, principalmente quando envolvem empresas acusadas de práticas corruptas. O desfecho dessa solicitação poderá repercutir diretamente no futuro das parcerias entre o Metrô de São Paulo e empresas privadas.