Ônibus

Novo visual para os ônibus de SP? Veja a proposta viral

Imagens criadas com auxílio de IA mostram como poderiam ser os ônibus da capital totalmente coloridos

Uma nova onda de imagens tomou conta das redes sociais em São Paulo. Elas apresentam um visual completamente diferente para os ônibus urbanos da capital paulista.

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Nessas representações, os veículos surgem com pinturas integrais e vibrantes. É possível ver, por exemplo, modelos inteiramente azuis, vermelhos ou até mesmo em um elegante preto fosco.

Contudo, é importante saber que essas representações não são parte de um plano oficial da prefeitura. Na verdade, muitas delas foram criadas com o auxílio de Inteligência Artificial (IA).

Trata-se, portanto, de uma proposta que viralizou. Como resultado, essa iniciativa popular reacendeu com vigor uma antiga e apaixonada discussão entre os paulistanos. O debate é sobre a identidade visual dos ônibus de São Paulo.

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Na verdade, este debate não é novo, ele é cíclico. Tudo remonta às transições do antigo sistema “saia e blusa”, no qual cada empresa de ônibus tinha sua própria pintura. Em seguida, a cidade migrou para o sistema de cores por região, em 2003. Por fim, chegamos ao padrão atual da SPTrans.

Agora, porém, uma nova onda de propostas ousadas está ganhando força. A principal sugestão é abandonar o complexo modelo vigente. Em seu lugar, a ideia é adotar uma pintura integral nos veículos.

Neste novo conceito, a cor do ônibus refletiria diretamente sua área de operação. Como resultado, isso geraria uma nova cara para o transporte da cidade.

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A Voz das redes sociais: Aprovação massiva e nostalgia

A repercussão da proposta nas redes sociais foi imediata e majoritariamente positiva. Milhares de reações e centenas de comentários expressam um claro desejo por mudança, com termos como “lindo”, “maravilhoso”, “muito melhor que o padrão” e “ficaria show de bola”.

Um dos pontos mais citados pelos usuários é a sensação de que as cores plenas trariam mais vida, identidade e alegria à paisagem urbana, frequentemente descrita como monocromática. A aprovação é tamanha que muitos celebram as imagens com aplausos virtuais, vendo nelas a representação de um serviço mais moderno e conectado com o público.

O debate também evoca um forte sentimento de nostalgia. “No estado de SP nos anos de ouro as empresas tinham suas próprias cores, era bem mais interessante”, relembrou um usuário, referindo-se ao período anterior à padronização municipal.

Essa memória afetiva é um dos motores do apoio à ideia, pois remete a um tempo em que as empresas de ônibus tinham uma identidade mais próxima do bairro e da comunidade que serviam. A criatividade das montagens, como a que associa a cor preta à Viação Gato Preto, é especialmente elogiada por resgatar essa conexão lógica e significativa entre o nome da operadora e sua aparência.

O Contraste com o modelo atual

A proposta viral surge como uma alternativa radical ao multifacetado padrão vigente da SPTrans, cuja última atualização oficial ocorreu em 2019. Naquele ano, com o aval do então prefeito Bruno Covas, a SPTrans revisou seu manual de identidade visual.

A atualização manteve o essencial sistema de cores que identificam as regiões — como o vermelho para a Zona Leste, azul-escuro para a Zona Norte, verde-claro para a Zona Noroeste e amarelo para a Zona Nordeste — mas promoveu uma redistribuição da aplicação dessas cores na dianteira, nas laterais e na traseira dos veículos.

Essa padronização, com especificações para miniônibus, padrons e articulados, passou a ser aplicada em todos os ônibus novos e naqueles que eram prateados e repintados.

Este padrão duplo da frota convencional convive hoje com uma segunda camada visual: a crescente frota de ônibus elétricos. Esses veículos estão sendo introduzidos com uma pintura própria e distinta, um verde-limão integral que visa comunicar sustentabilidade. Para o passageiro comum, isso significa ter que decifrar dois padrões visuais simultâneos nas ruas, o que pode gerar confusão sobre o propósito de cada cor.

Identidade visual como ferramenta de acessibilidade e cidadania

Para os apoiadores da nova sugestão viral, mesmo com a reorganização de 2019, o sistema de faixas coloridas é discreto demais. A discussão vai muito além da estética, entrando no campo da funcionalidade e da acessibilidade.

Uma pintura integral, que cobre todo o veículo, é uma ferramenta de identificação muito mais poderosa do que uma simples faixa. Para passageiros com baixa visão, idosos, crianças, turistas que não conhecem a cidade ou pessoas com baixo letramento, diferenciar um ônibus de longe pela sua cor predominante é um recurso de acessibilidade fundamental, tornando a identificação mais rápida e intuitiva que a leitura de um letreiro digital à distância.

Adicionalmente, a cor pode reforçar o senso de pertencimento. Um ônibus com a identidade visual marcante de uma região deixa de ser apenas um meio de transporte genérico e passa a ser “o ônibus do meu bairro”. Isso fortalece a conexão da comunidade com o serviço público, criando um laço de identidade local.

Ainda que as imagens sejam apenas um exercício criativo de entusiastas e ferramentas de IA, seu impacto é inegável. Elas funcionam como um termômetro da opinião pública e uma nova forma de feedback direto aos gestores. Indicam que há um forte anseio por um sistema de transporte público que seja não apenas funcional, mas também visualmente mais rico, intuitivo e representativo da diversidade de São Paulo. Cabe à Prefeitura e à SPTrans observar se esse apelo popular digital influenciará as futuras decisões sobre a padronização da frota paulistana.

Confira algumas imagens:

Imagens: CAIO, Busscar, Marcopolo e Cia. SP

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Aílton Donato

Profissional de marketing digital, apaixonado por mobilidade urbana, especialmente trilhos e ônibus. Usuário do transporte público sempre que é a melhor opção, evitando o estresse do trânsito. Também atua como Técnico em Edificações, unindo experiência em infraestrutura e deslocamento urbano.

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