A superlotação diária na transferência entre as estações Consolação e Paulista pode estar com os dias contados. Uma solução para o problema avança em ritmo acelerado sob o solo. Trata-se das obras do novo túnel Consolação-Paulista, que funcionará como uma passagem subterrânea complementar. De acordo com os relatórios mais recentes do Metrô de São Paulo, os trabalhos dobraram de velocidade em uma das frentes no mês de agosto.
- Publicidade -
O projeto, orçado em R$ 70 milhões, tem como meta principal aumentar a capacidade da conexão em 60%. Além disso, o objetivo é reduzir o tempo de caminhada dos atuais 8 minutos para menos de 5. A entrega de toda a estrutura está prevista para 2026.
Clique aqui e entre no nosso Canal no WhatsApp!
O diagnóstico: Por que a conexão Consolação-Paulista Travou?
A atual ligação entre as duas estações é feita por um único túnel de 195 metros. Em horários de pico, ele se torna um gargalo, tentando dar conta de um fluxo de 30 mil passageiros por hora, o que o deixa constantemente saturado. Essa superlotação transforma a baldeação, que deveria ser rápida, em uma jornada de quase 8 minutos.
A engenharia por trás da solução
Para resolver o problema, o Metrô está construindo um “atalho” de 90 metros. Este novo túnel não substituirá o antigo, mas funcionará em paralelo a ele. Juntos, eles permitirão que a capacidade de transferência salte para 48 mil passageiros por hora, reduzindo o tempo do trajeto para aproximadamente 4 minutos e 40 segundos.
- Publicidade -
Metrô de São Paulo | Divulgação. Projeto técnico mostra em planta (vista de cima) e corte (vista lateral) o traçado do novo túnel.A equipe de engenharia enfrenta um desafio complexo nesta obra. Primeiramente, os trabalhos começaram com a escavação de um poço de 31 metros de profundidade na Avenida Paulista. A partir desse ponto, a equipe escava o túnel com precisão cirúrgica. Para isso, a rota passa cuidadosamente por baixo de fundações de prédios e até mesmo dos trilhos da Linha 2-Verde, que continuam em operação.
O que são as ‘cambotas’ e como o túnel avança?
A escavação segue o Método Austríaco de Túnel (NATM), uma técnica de avanço metro a metro. Funciona assim: a cada pequena seção que a equipe escava, ela imediatamente monta uma estrutura de suporte para garantir a estabilidade do solo. Essa estrutura, essencial para a segurança total da operação, é a “cambota“.
De forma simples, uma cambota é um enorme arco de aço, como uma costela metálica, que é instalado para sustentar as paredes e o teto do túnel recém-aberto. Por isso, a contagem de cambotas instaladas é a forma mais precisa que os engenheiros usam para medir o quanto a obra avançou.
- Publicidade -
O avanço em números: Ritmo dobrado no lado sul
O progresso da obra, executada pelo Consórcio Conexão Paulista/Consolação CTS, foi notável no último mês, conforme os relatórios do Metrô:
- Túnel Norte: A escavação avançou da 24ª cambota, registrada no fim de julho, para a 27ª cambota em agosto.
- Túnel Sul: O avanço mais expressivo ocorreu neste trecho. A obra saltou da 6ª cambota, concluída em julho, para a 12ª cambota no final de agosto, efetivamente dobrando o ritmo de trabalho.
Metrô de São Paulo | Divulgação. Registro fotográfico das obras em agosto, mostrando o avanço da escavação no túnel norte e sul.Para permitir a continuidade segura da obra, o Metrô realiza interdições programadas na operação da Linha 2-Verde aos domingos, quando o fluxo de passageiros é menor. Essas pausas são essenciais para que as equipes possam trabalhar na área próxima aos trilhos em operação. A previsão é que este projeto crucial para a mobilidade paulistana seja entregue em 2026.
Veja também:
- Estação Abel Ferreira no Metrô de SP: Não é quem você pensa!
- Linha 2-Verde: Veja o avanço no trecho principal e obras para Guarulhos
- MP solicita paralisação de obras na Linha 2-Verde do Metrô
