ANAC libera 1º delivery permanente por drones do iFood

O futuro da logística de entregas no Brasil deu um passo decisivo. O iFood anunciou a retomada e expansão de seu serviço de delivery por drones iFood na capital sergipana, prometendo não apenas reduzir drasticamente o tempo de espera dos pedidos, mas também conectar consumidores a restaurantes que antes estavam fora de seu alcance. O projeto, no entanto, vai muito além de uma simples inovação de serviço: ele representa um marco histórico para a aviação no país.

Em parceria com a empresa de logística aérea Speedbird Aero, a operação em Aracaju é a primeira a receber uma autorização permanente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para voos comerciais de drones sobre áreas urbanas. Essa permissão eleva o delivery aéreo de um status de projeto-piloto para uma modalidade de transporte consolidada e regulamentada.

O Marco histórico: A primeira autorização permanente da ANAC

A principal notícia por trás da retomada do serviço é o seu caráter definitivo. A autorização da ANAC não é temporária e só foi concedida após um rigoroso processo de certificação que levou entre 12 e 24 meses. Durante esse período, a Speedbird Aero e o iFood precisaram comprovar a segurança e a eficiência de toda a operação.

Os drones utilizados na nova fase são mais potentes, capazes de carregar até 5 kg de carga. Além disso, foram projetados para operar com segurança em condições adversas, incluindo ventos de até 55 km/h e chuva leve. Equipados com GPS de alta precisão e paraquedas de emergência, os veículos representam o que há de mais avançado em segurança na aviação não tripulada. A permissão da ANAC é um atestado de que a tecnologia atingiu um nível de maturidade confiável para operar comercialmente no dia a dia da cidade.

A Logística híbrida: Como o pedido chega à sua porta

Ao contrário do que o imaginário popular sugere, o drone não pousará na varanda do cliente. O modelo de operação do delivery por drones iFood é híbrido, combinando a alta velocidade da tecnologia aérea com a capilaridade indispensável do trabalho humano. O processo funciona em duas etapas claras:

1. Primeira Etapa (Aérea): O drone é responsável por cobrir a maior parte do trajeto, a chamada “primeira perna”. Ele transporta o pedido de um centro de distribuição ou de restaurantes parceiros até um “droneport” – uma base de pouso segura e estrategicamente posicionada na cidade. Essa etapa transforma rotas que por terra levariam de 30 a 60 minutos em um voo de meros 5 a 10 minutos.
2. Etapa Final (Terrestre): No “droneport”, um entregador parceiro do iFood aguarda a chegada do pedido. Ele retira a encomenda do drone e assume a entrega da “última milha”, levando-a até a porta do cliente em modais tradicionais, como a motocicleta.

Tecnologia que otimiza, não substitui

Uma das principais preocupações sociais com a automação é o seu impacto no trabalho humano. O iFood reforça que a tecnologia chega para somar e otimizar. “O drone entra para resolver trechos que não fariam sentido para o entregador, que continua sendo alocado em rotas mais produtivas”, explica Rodolfo Klautau, diretor de Logística do iFood.

Dessa forma, o entregador parceiro gasta menos tempo em longos e improdutivos deslocamentos. Com isso, ele pode realizar mais entregas em um raio menor e mais denso, otimizando seu tempo e, consequentemente, seus ganhos. A tecnologia, nesse modelo, funciona como uma ferramenta para aumentar a eficiência de toda a cadeia logística.

A operação em Aracaju funcionará sete dias por semana, com capacidade para realizar até 280 entregas diárias, representando um avanço significativo para a mobilidade aérea urbana e o futuro do delivery no Brasil.

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