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Linha 16-Violeta do Metrô de SP: Conheça os detalhes do projeto de R$ 37,5 bilhões

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A capital paulista se prepara para uma das mais grandiosas e complexas obras de infraestrutura de sua história recente: a Linha 16-Violeta do Metrô. Conhecida também como “A Linha dos Parques”, a nova via metroviária é uma Parceria Público-Privada (PPP) com um contrato de concessão de 31 anos. O projeto, que esta sendo submetido a audiências públicas e consultas antes de ter seu edital publicado, promete revolucionar a mobilidade urbana da cidade ao conectar as regiões leste e oeste de São Paulo.

A primeira fase do projeto, com início das obras previsto para 2026, abrange um trecho de 19 quilômetros de extensão e 16 estações. A linha ligará a região de Pinheiros a Vila Formosa, passando por bairros estratégicos como Jardins, Vila Mariana, Ipiranga e Mooca.

Para operar a linha, o plano prevê a aquisição de 25 trens. Cada um deles será composto por seis carros. Esses trens devem operar com um intervalo de apenas três minutos no pico e seis minutos no vale. A projeção de demanda para a Fase 1, em 2040, é de 475 mil passageiros por dia. A expectativa é que a linha completa beneficie mais de 226,8 milhões de passageiros anualmente.

A estrutura do investimento e seus custos

O custo total de investimento da primeira fase da Linha 16-Violeta, ou CAPEX (Capital Expenditure), chega a R$ 37,5 bilhões. Os responsáveis pelo projeto destinarão a maior parte desse montante, cerca de 35%, para a construção das estações e obras civis. Só esse item consumirá R$ 13,2 bilhões do orçamento. Além disso, a escavação dos túneis e outras obras civis somarão 19% do CAPEX, no valor de R$ 7,1 bilhões, enquanto o material rodante (trens) custará 5% do valor total, ou R$ 1,9 bilhão.

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Além do investimento inicial, o projeto detalha o custo de operação e manutenção (OPEX), estimado em R$ 22,9 bilhões ao longo dos 31 anos de concessão. A maior fatia desse custo, 34% do total, será destinada à mão de obra, um montante de R$ 7,8 bilhões. A estrutura de remuneração da concessionária é um ponto crucial: a empresa vencedora da licitação não receberá sua receita diretamente da tarifa pública paga pelos passageiros. Sua receita virá de uma Contraprestação Pecuniária, um aporte do poder público e receitas acessórias.

Conectando bairros, parques e pessoas

A Linha 16-Violeta foi estrategicamente planejada para se integrar de forma eficiente com a malha de transporte existente. O projeto prevê seis estações de conexão com outras nove linhas de metrô e CPTM. A integração também se estenderá ao transporte de superfície, com a construção de quatro terminais de ônibus, facilitando a circulação de passageiros em uma escala mais ampla. A linha terá estações próximas a importantes áreas verdes da cidade, como o Parque da Aclimação, o Parque do Ibirapuera e o Parque da Independência, um dos motivos para o seu apelido.

Processo licitatório e critérios de qualificação da Linha 16-Violeta

A licitação para a concessão da Linha 16-Violeta será uma Concorrência Internacional. O edital de leilão terá sua publicação no primeiro semestre de 2026. A licitação está aberta a sociedades e pessoas jurídicas, tanto brasileiras quanto estrangeiras, que podem participar individualmente ou em consórcio. O projeto não impõe limite para o número de participantes em um consórcio. O critério de julgamento do leilão será o maior desconto sobre a Contraprestação Pecuniária, e os licitantes deverão apresentar um único percentual de desconto, que pode variar de 0% a 100%.

Para se qualificarem, as empresas precisam atender a uma série de exigências. A qualificação jurídica exige, por exemplo, a apresentação de atos constitutivos e, se necessário, uma autorização para participar da licitação. Já para comprovar a qualificação fiscal e trabalhista, as empresas devem apresentar certidões como a de inscrição no CNPJ e certidões tributárias. A qualificação financeira é verificada com a apresentação de certidão de falência, concordata ou recuperação judicial. Por fim, os interessados devem demonstrar sua qualificação técnica, comprovando a gestão de ativos de infraestrutura com um valor mínimo de investimento e de receita operacional.

A linha 16-Violeta como vetor de desenvolvimento e sustentabilidade

O projeto da Linha 16-Violeta vai além do transporte de passageiros. Ele foi concebido para impulsionar o desenvolvimento urbano e a sustentabilidade da cidade. O potencial de densificação no entorno das estações deve estimular a geração de empregos e a construção de novas unidades habitacionais.

O projeto prevê segurança em todas as estações, banheiros acessíveis e salas para cuidados infantis e amamentação, o que melhora o aspecto social do empreendimento. Além disso, a nova linha busca uma solução para a redução de emissões de dióxido de carbono (CO2​) e de acidentes de trânsito, que geram custos significativos ao sistema de saúde. Por fim, o projeto também cumpriu critérios técnicos que garantem uma vida útil de 100 anos.

A Linha 16-Violeta é, portanto, mais do que uma expansão da rede metroviária; é um projeto de transformação que visa melhorar a qualidade de vida, o planejamento urbano e o futuro sustentável de São Paulo. Com sua estrutura detalhada e seu impacto potencial, ela se consolida como um dos empreendimentos mais importantes para a metrópole nas próximas décadas.

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Aílton Donato

Profissional de marketing digital, apaixonado por mobilidade urbana, especialmente trilhos e ônibus. Usuário do transporte público sempre que é a melhor opção, evitando o estresse do trânsito. Também atua como Técnico em Edificações, unindo experiência em infraestrutura e deslocamento urbano.

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