CPTM

Concessão das linhas 11, 12 e 13 da CPTM será entre CCR e Comporte

Projeto prevê R$ 14,3 bilhões em investimentos ao longo de 25 anos; escolha do vencedor é acompanhada com cautela por usuários devido ao histórico das empresas envolvidas.

O leilão de concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) entrou em sua reta final com dois grupos privados como únicos concorrentes: CCR e Grupo Comporte, as informações são do Portal Exame. As propostas foram entregues nesta terça-feira (25) na sede da B3, em São Paulo. A sessão pública de abertura dos envelopes está marcada para a próxima sexta-feira, 28 de março. O projeto é um dos maiores investimentos em mobilidade urbana atualmente em andamento no Brasil.

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Ao longo de 25 anos, a futura concessionária deverá aplicar cerca de R$ 14,3 bilhões em operação, manutenção, modernização e expansão das três linhas. Entre as intervenções previstas estão a construção de oito novas estações, reforma de outras 24, substituição de passagens em nível por viadutos, passarelas ou túneis, além de modernização dos sistemas de energia, sinalização e via permanente. O governo de São Paulo estima que, até 2040, essas três linhas deverão transportar cerca de 1,3 milhão de passageiros por dia útil.

A CCR já atua fortemente em mobilidade urbana no estado: opera as linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô e, por meio da ViaMobilidade, administra as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM. Também possui participação no setor rodoviário, com concessões como BR-116, BR-101 e o Lote 3 do Sistema Rodoviário do Paraná.

Já o Grupo Comporte tem origem no transporte rodoviário, mas vem ampliando sua presença no setor ferroviário. Atualmente, opera o Metrô de Belo Horizonte e, em parceria com a chinesa CRRC, venceu a concessão da Linha 7-Rubi da CPTM e do futuro Trem Intercidades entre São Paulo e Campinas. No entanto, o grupo ainda não assumiu a operação da Linha 7, o que torna sua atuação prática no sistema paulista uma incógnita.

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A empresa francesa Transdev chegou a demonstrar interesse, mas não apresentou proposta. Assim, a disputa ficou restrita à CCR e ao Grupo Comporte.

O processo quase foi impactado por uma greve de trabalhadores, convocada pelo Sindicato dos Ferroviários da Zona Central do Brasil em protesto contra a privatização das linhas. A paralisação, porém, foi suspensa antes de se concretizar, e os serviços seguem operando normalmente às vésperas do leilão.

O governo do Estado afirma que a concessão é estratégica para acelerar melhorias e atrair investimentos privados, como já ocorre em outras linhas. Já sindicatos e entidades da sociedade civil apontam riscos como perda de controle público e possível precarização das condições de trabalho.

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Do ponto de vista dos usuários, no entanto, a disputa levanta preocupações. A CCR enfrenta forte rejeição de passageiros das linhas 8 e 9, operadas pela ViaMobilidade, após sucessivas falhas operacionais desde que assumiu a concessão. Por outro lado, o Grupo Comporte, embora tenha vencido a concessão da Linha 7-Rubi, ainda não assumiu a operação da linha, o que faz com que sua capacidade seja vista como um tiro no escuro. Para os passageiros, a escolha do vencedor será recebida com cautela — e certa dose de desconfiança.


Veja também:


A concessão das linhas 11, 12 e 13 da CPTM é considerada fundamental para aliviar a sobrecarga do sistema e ampliar a integração das regiões leste e nordeste da Grande São Paulo à malha metropolitana.

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Aílton Donato

Profissional de marketing digital, apaixonado por mobilidade urbana, especialmente trilhos e ônibus. Usuário do transporte público sempre que é a melhor opção, evitando o estresse do trânsito. Também atua como Técnico em Edificações, unindo experiência em infraestrutura e deslocamento urbano.

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