Nova linha do metrô de SP esconde um segredo a 65 metros de profundidade
A cidade está prestes a ganhar as estações mais profundas da América Latina — um marco técnico e urbano para o país.

A linha 6 do metrô de SP está prestes a entrar para a história da engenharia brasileira. Ainda em construção, ela vai abrigar as estações mais profundas do metrô da América Latina, superando marcas históricas e enfrentando desafios técnicos inéditos no país.
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O destaque fica por conta da estação Itaberaba–Hospital Vila Penteado, que atingirá impressionantes 65,71 metros de profundidade — quase o dobro da atual campeã brasileira, Santa Cruz (Linha 5–Lilás), com 41,5 metros.
As futuras estações mais profundas do metrô
Além de Itaberaba, outras estações da linha 6 laranja também estarão entre as mais profundas já construídas no Brasil:
- Higienópolis–Mackenzie: 64,86 m
- Bela Vista: 60,68 m
- PUC–Cardoso de Almeida: 60,51 m
- São Joaquim: 52,80 m
- Água Branca: 47,80 m
- FAAP–Pacaembu: 45,71 m
Essas profundidades são consequência direta da complexidade do solo, da densidade urbana e da necessidade de cruzar outras estruturas do metrô de São Paulo e do subsolo da capital.
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Por que a linha 6 do metrô de SP será tão profunda?
O traçado da nova linha passa por zonas com rochas, lençóis freáticos elevados e regiões densamente urbanizadas. Além disso, será necessário atravessar o leito do Rio Tietê e estruturas de outras linhas, como a Linha 4–Amarela.
Para superar esses obstáculos, o projeto faz uso de tuneladoras de última geração — os chamados “tatuzões” — que escavam com precisão milimétrica a grandes profundidades, sem comprometer a superfície urbana.
Integração com outras linhas e impacto na cidade
Com cerca de 15 km de extensão, a linha 6 do metrô de SP ligará o bairro da Brasilândia, na Zona Norte, à estação São Joaquim, na região central.
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Durante esse trajeto, ela fará integração com três importantes linhas do metrô de São Paulo e da CPTM:
- Linha 1–Azul
- Linha 4–Amarela (ViaQuatro)
- Linha 7–Rubi (CPTM)
Essa conexão deve melhorar significativamente os deslocamentos entre bairros periféricos, universidades e polos comerciais — um ganho real para a mobilidade urbana SP.
Quando a linha 6 laranja entra em operação?
A construção está sob responsabilidade da construtora espanhola Acciona, e a operação ficará a cargo da concessionária Linha Uni. A previsão atual é de início parcial entre 2026 e 2027.
A expectativa é que, quando estiver 100% operacional, a linha 6 do metrô de SP transporte cerca de 600 mil passageiros por dia, aliviando a pressão sobre linhas já saturadas.
Profundidade: desafio para a operação
Embora a profundidade das estações chame atenção, ela também traz novos desafios. Estações tão profundas exigem:
- Elevadores de alta capacidade
- Escadas rolantes longas e resistentes
- Sistemas de ventilação robustos
- Custos operacionais maiores
Além disso, os passageiros podem ter tempos de acesso mais longos até as plataformas, exigindo uma gestão eficiente para manter a fluidez.
Como o mundo se compara?
Mesmo com esse novo recorde latino-americano, o Brasil ainda está longe do topo global. A estação Arsenalna, em Kiev (Ucrânia), segue como a mais profunda do planeta, com 105,5 metros.
Mas o que a linha 6 laranja mostra é que São Paulo está se aproximando de um padrão internacional em obras subterrâneas de grande porte.
O que a cidade ganha com isso?
A linha 6 do metrô de SP representa mais do que engenharia: é um projeto com potencial de transformar o dia a dia de milhares de pessoas. Os principais benefícios esperados incluem:
- Redução no tempo de deslocamento em áreas com acesso limitado
- Integração eficiente entre diferentes modais
- Desenvolvimento urbano em bairros como Brasilândia, Higienópolis e Perdizes
- Reforço na rede de transporte público da capital
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Mesmo diante de altos custos e complexidade técnica, a nova linha tem tudo para deixar um legado positivo na mobilidade urbana SP — desde que seja entregue com a qualidade e a eficiência que o paulistano espera.
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