CPTM doa 2 vagões históricos a Ribeirão Pires

A Prefeitura de Ribeirão Pires recebeu da CPTM a doação de dois vagões históricos e um conjunto de materiais ferroviários que passam a integrar o projeto municipal de revitalização de espaços públicos e de incentivo a atividades culturais e educativas. Os carros, Série 2100 (2132) e Série 5000 (5060), estão fora de operação, mas ganham novo papel como elementos de preservação da memória ferroviária no Grande ABC.

O que foi doado

• 2 vagões: Série 2100 – carro 2132 e Série 5000 – carro 5060 (inservíveis para tráfego, com destinação cultural).
• Materiais de via: 134 metros de trilhos, 101 dormentes e mais de 2 toneladas de sucata ferrosa de via permanente.
• Avaliações: cada vagão estimado em R$ 48 mil; conjunto de materiais de via avaliado em R$ 29,8 mil. O valor agregado da doação soma R$ 125,8 mil.

Logística e responsabilidades

O acordo não prevê pagamento à CPTM. A Prefeitura responde pela retirada e transporte diretamente do Pátio da Lapa, em São Paulo. Os materiais de via servirão para montar a base e a estrutura expositiva que acomodará os carros em espaço público do município, permitindo implantação com infraestrutura ferroviária real.

Uso previsto: educação, turismo e memória

Os vagões serão integrados a intervenções culturais e artísticas, com programação voltada a educação, turismo e história local. A proposta é transformar o patrimônio em atração aberta, com mediação educativa, sinalização interpretativa e ações que conectem ferrovias ao desenvolvimento urbano do ABC.

“A chegada dos vagões também resgata a importância histórica da ferrovia para a região. Os trilhos chegaram à Província de São Paulo em 16 de fevereiro de 1867, sendo a primeira ferrovia em solo paulista e a quinta do Brasil, contribuindo para o surgimento das cidades do então ABC e o desenvolvimento econômico local”, afirmou Elias Pereira da Silva, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo.

Contexto histórico: ferrovia e formação do ABC

A expansão ferroviária no século XIX foi determinante para a integração econômica e a consolidação urbana das cidades do Grande ABC. Ao reaproveitar ativos ferroviários desativados como objetos de educação patrimonial, o município reforça o vínculo entre história, território e mobilidade.

Alinhamento à Agenda 2030

A iniciativa dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):

• ODS 4 – Educação de qualidade: uso pedagógico dos vagões e ações de mediação.
• ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis: revitalização de espaços públicos e apropriação social do patrimônio.
• ODS 12 – Consumo e produção responsáveis: reuso de bens e materiais, com redução de descarte.
• ODS 17 – Parcerias: cooperação entre poder público e empresa estatal para fins culturais.

Próximos passos

Com a chegada dos equipamentos, o município inicia a implantação da área expositiva, definindo acessos, segurança, sinalização e programação cultural permanente. A expectativa é que o conjunto funcione como ponto de encontro e atração turística, ampliando a valorização da identidade ferroviária de Ribeirão Pires e fortalecendo o circuito de memória e cultura do Grande ABC.

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