Obras da Linha 19-Celeste: Ligação SP-Guarulhos terá 3 tatuzões

O Governo de São Paulo divulgou detalhes técnicos sobre a construção da Linha 19-Celeste do Metrô, um dos projetos de mobilidade urbana mais aguardados da metrópole. A estratégia de escavação subterrânea foi oficialmente apresentada, confirmando que, para viabilizar os 17,6 quilômetros de túneis que ligarão a cidade de Guarulhos ao coração da capital, serão mobilizadas três tuneladoras gigantes, os “tatuzões”. Segundo a administração estadual, essas máquinas serão a espinha dorsal de uma obra complexa que visa transformar o deslocamento diário de milhares de pessoas.
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A engenharia por trás dos túneis, segundo o projeto oficial
As informações do governo detalham que as tuneladoras selecionadas são equipamentos de alta tecnologia, projetados para escavar e revestir os túneis simultaneamente. O projeto prevê um diâmetro máximo de 10,66 metros e um diâmetro interno final de 9,5 metros. O revestimento será feito com anéis de concreto pré-moldado de 40 centímetros de espessura, reforçados com aço e fibras, garantindo a estabilidade da estrutura.
Para enfrentar as diferentes condições geológicas do trajeto, o plano do governo especifica o uso de dois modelos de tuneladoras:
- Modelo Slurry: Indicado para a perfuração em solos arenosos e com alta presença de lenčol freático.
- Modelo Dual Mode: Tecnologia que combina os sistemas EPB (Earth Pressure Balance) e Slurry, permitindo que a máquina se adapte a solos mistos e rochosos.
Além disso, um detalhe crucial da operação é que, antes da chegada das tuneladoras, as equipes de obra precisarão concluir as lajes de fundo de todas as futuras estações. Essa estrutura, que é a base de concreto armado, serve como piso e fundação para cada parada.
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Com isso, as gigantescas máquinas poderão atravessar os canteiros das estações, deslizando com segurança sobre essas bases. Segundo o projeto, este método assegura a estabilidade da escavação e garante maior segurança, principalmente em áreas de solo instável, como nas futuras estações Cerealista, São Bento e Anhangabaú.
O trajeto subterrâneo: A operação planejada pelo estado
A operação de escavação foi dividida em trechos estratégicos para otimizar a obra, conforme o planejamento do Governo de São Paulo. As três tuneladoras partirão de pontos específicos:
A operação de escavação seguirá um plano meticuloso, dividido em três frentes de trabalho:
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- Primeiramente, o Tatuzão 1, responsável pelo Lote 1, iniciará sua jornada na Estação Jardim Julieta. A partir dali, a máquina escavará 5,7 quilômetros em direção à Estação Bosque Maia, em Guarulhos. As equipes, então, removerão o equipamento em um poço de serviço (VSE-1), localizado na região de José Calixto Machado.
- Paralelamente, o Tatuzão 2 (Lote 2) também partirá da Estação Jardim Julieta. No entanto, ele seguirá no sentido oposto e perfurará 5,2 quilômetros até alcançar a futura Estação Vila Maria, nas proximidades da Avenida Guilherme Cotching.
- Finalmente, o Tatuzão 3, encarregado do Lote 3, dará continuidade ao trabalho. A máquina avançará mais 5,5 quilômetros desde a Vila Maria rumo ao centro da cidade, concluindo sua missão quando as equipes a desmontarem no poço de serviço VSE-18, na região do Bixiga.
Um novo eixo de mobilidade para a metrópole
Dados do Governo de São Paulo indicam que a Linha 19-Celeste será uma linha estruturante e 100% subterrânea, com capacidade para atender 630 mil passageiros por dia em suas 15 estações. O trajeto atravessará bairros como Bosque Maia, Jardim Julieta, Vila Maria, Catumbi, São Bento e Anhangabaú.
O projeto governamental prevê integrações estratégicas com as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô, além de futuras conexões com a CPTM. A principal promessa da gestão estadual é a redução de até uma hora no tempo de viagem entre Guarulhos e o centro de São Paulo.
O cronograma oficial, apresentado pelo Governo de São Paulo, indica que o processo licitatório para as obras entra em sua etapa decisiva. A conclusão, com o anúncio das empresas vencedoras, está prevista para ocorrer ainda neste mês de setembro de 2025. Esta definição é um passo fundamental para cumprir a expectativa de iniciar as construções em 2026, mantendo o prazo de execução estimado em 75 meses e a previsão de entrega da linha para 2032.
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