Metrô de São Paulo

Naming rights no Metrô: Vergueiro agora é Estação Vergueiro-Sebrae

A paisagem visual de quem passa pela Linha 1-Azul do Metrô de São Paulo mudou. A tradicional Estação Vergueiro agora é Vergueiro-Sebrae, marcando mais um capítulo na estratégia de naming rights no Metrô SP. A Equipe do Mobilidade360 esteve no local para registrar a novidade, que reflete uma tendência crescente de parcerias entre marcas e o transporte público.

A mudança não é apenas nominal. Toda a comunicação visual, desde os totens de entrada até as placas nas plataformas e mezaninos, foi atualizada para incluir a marca do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A alteração reflete uma parceria firmada em 15 de outubro de 2024, quando o Metrô de São Paulo aprovou a proposta da instituição para rebatizar a estação.

O acordo financeiro por trás da mudança é significativo. O Sebrae pagará R$ 200 mil de aluguel mensal pelos naming rights, um valor que injetará recursos importantes no sistema metroviário. A escolha da estação não foi aleatória, sendo justificada pela proximidade com a sede nacional do Sebrae, localizada a cerca de um quilômetro dali. A proposta foi a vencedora de um leilão acirrado, realizado no final de setembro de 2024, que contou com mais de 20 lances, demonstrando o crescente interesse do mercado em associar suas marcas à infraestrutura de mobilidade.

Uma tendência que se consolida no sistema

A prática de vender os direitos de nome de estações não é uma novidade e vem se consolidando como uma fonte de receita alternativa para as operadoras de transporte. A Estação Vergueiro-Sebrae se junta a uma lista crescente de parcerias semelhantes no sistema metroferroviário de São Paulo. A estratégia abrange múltiplas linhas e operadoras, inserindo marcas comerciais diretamente na rotina de milhões de passageiros.

Confira outros exemplos dessa tendência:

  • Linha 1-Azul: Saúde–Ultrafarma, Vergueiro–Sebrae
  • Linha 3-Vermelha: Carrão–Assaí Atacadista, Penha–Lojas Besni
  • Linha 4-Amarela: Paulista–Pernambucanas
  • Linha 5-Lilás: Adolfo Pinheiro–Unisa
  • Linha 8-Diamante: Lapa–Senac, Jardim Silveira-Leo Madeiras
  • Linha 9-Esmeralda: Jurubatuba–Senac, Morumbi–Claro, Berrini–Casas Bahia

Esses acordos transformam as estações em poderosas plataformas de marketing, garantindo uma exposição de marca constante e de alto impacto para um público massivo e diversificado.

Nem tudo são flores: o fracasso da estação clínicas

Apesar do sucesso em várias frentes, o modelo de naming rights não é uma garantia de receita. Um exemplo notório é o da Estação Clínicas, na Linha 2-Verde. Em 3 de abril de 2025, a licitação para a concessão do nome da estação terminou sem uma única proposta. O resultado foi surpreendente, considerando a localização estratégica da estação, em frente ao complexo do Hospital das Clínicas, um dos mais importantes do país, e o fluxo intenso de passageiros.

Veja também:

O fracasso levantou debates sobre a viabilidade do modelo em todas as situações. Especialistas apontam que as empresas podem ter avaliado que o retorno sobre o investimento não era claro, ou que a associação de uma marca comercial a um serviço público essencial, especialmente ligado à saúde, poderia gerar uma percepção negativa. O contraste entre o sucesso da Vergueiro-Sebrae e o revés da Clínicas ilustra a complexidade da estratégia de naming rights no Metrô SP.

Aílton Donato

Profissional de marketing digital, apaixonado por mobilidade urbana, especialmente trilhos e ônibus. Usuário do transporte público sempre que é a melhor opção, evitando o estresse do trânsito. Também atua como Técnico em Edificações, unindo experiência em infraestrutura e deslocamento urbano.

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